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Câmara de Caçapava aceita abertura de processo de cassação contra vereador Wellington Felipe

Câmara de Caçapava aceita abertura de processo de cassação contra vereador Wellington Felipe (Cidadania), em sessão que aconteceu nesta terça-feira (10/05), no começo da noite. O vereador foi denunciado pela colega de Câmara de Caçapava, Dandara Gissoni, porque na sessão do dia 26 de maio, Wellington Felipe pegou no rosto da vereadora em duas oportunidades e a abraçou, constrangendo-a.

Por seis votos a três, os vereadores deram autorização para que Wellington Felipe fosse investigado pela conduta que teve. Votaram contra o processo de abertura de cassação, os vereadores: Maicon Rodrigo Goimbiesqui, Telma Protetora e professor Robson Paiva.

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A sessão chegou a ser suspensa em três ocasiões. Antes da última suspensão, o vereador Wellington Felipe pediu para que o presidente da Câmara de Caçapava, Rodrigo Meireles, lesse o artigo da lei orgânica do município no qual ele estava embasado para tomar a decisão de abrir a comissão processante.

Rodrigo Meireles recusou a leitura e o vereador Wellington Felipe decidiu se retirar do plenário após a decisão. A sessão foi novamente suspensa e na volta a recusa do presidente da Câmara persistiu e ele decidiu encerrar a sessão, por falta de quórum.

A escolha dos membros da comissão processante deve acontecer em sessão convocada para está quarta-feira (11/05). Eleita, a comissão formada pelos vereadores terá 90 dias para apresentar o relatório contra ou a favor da cassação do vereador.

O que diz a vereadora?

Dandara ressaltou que demorou para se pronunciar, porque teve medo, porque sabe que será “julgada”. “Lá vem a Dandara barraqueira, populista, vitimista, arruma confusão de novo”, relatou.

Dandara conta que ficou “paralisada, sem saber o que fazer, poderia ter gritado, xingado, esperneado mas não tive reação, senti medo, a ponto de justificar pro coleguinha a minha fala na tribuna, dando explicações”. Ela ainda conta que pensou em recuar da denúncia e fingir que está tudo bem, “mas não é verdade, estou há sete dias só chorando, de nojo dele, de raiva de mim por não ter reagido. Ninguém tem o direito de por a mão em mim, muito menos um homem!! Me sinto sim violada, assediada, intimidada e não é vitimismo não!! A dor do outro não é vitimismo, ninguém merece passar por isso”, finalizou.

Posição de Wellington Felipe sobre o ocorrido

Wellington Felipe pediu desculpas e disse que não teve a intenção de, com o ato, intimidar ou agredir. Confira a nota do vereador sobre a agressão na Câmara de Caçapava

“Tenho em minha vida o respeito amplo pelas pessoas, principalmente pelas mulheres, pautadas nas diretrizes cristās. Sou filho de uma mãe solo, casado há 18 anos e mantenho relacionamento com minha esposa há 24 anos. Sou pai e ensino diariamente meu filho o respeito para com as mulheres.

Trabalho na área social há mais de 10 anos e faço parte da Pastoral Familiar, pertencente ao movimento da Sagrada Família. Minha esposa é assistente social envolvida nas causas de defesa dos direitos dos pacientes oncológicos, pessoas em vulnerabilidade social, criança e adolescente.

As pessoas que me conhecem sabem da minha índole, que sou uma pessoa de caráter e de trabalho sério e que  tenho o costume de abraçar a todos, sempre com respeito e dignidade. Eu e a vereadora temos um relacionamento cordial e visível aos olhos das pessoas próximas apesar das ideologias e divergências políticas.
Quanto aos fatos, peço desculpas se a vereadora e as demais mulheres se sentiram ofendidas como meu gesto, não tive a intenção de exercer qualquer intimidação, agressão, importunação ou assédio em seu desfavor. As acusações veiculadas nas mídias sociais não são verdadeiras e serão esclarecidas oportunamente. O vídeo divulgado não está em sua integra, sendo que quando assistido de forma completa é possível identificar que não houve má fé em minha ação.
Até o momento não recebi nenhuma denúncia formal e estou tomando as medidas judiciais cabíveis quanto ao assunto. A verdade prevalecerá”

camara-de-cacapavaComo será o processo na Câmara de Caçapava

O decreto lei 201/1967, diz que “Recebendo o processo, o Presidente da Comissão iniciará os trabalhos, dentro em cinco dias, notificando o denunciado, com a remessa de cópia da denúncia e documentos que a instruírem, para que, no prazo de 10 dias, apresente defesa prévia, por escrito, indique as provas que pretender produzir e arrole testemunhas, até o máximo de dez.

Decorrido o prazo de defesa, a Comissão processante emitirá parecer dentro em 05 (cinco) dias, opinando pelo prosseguimento ou arquivamento da denúncia, o qual, neste caso, será submetido ao Plenário. Se a Comissão opinar pelo prosseguimento, o Presidente designará desde logo, o início da instrução, e determinará os atos, diligências e audiências que se fizerem necessários, para o depoimento do denunciado e inquirição das testemunhas.

O denunciado deverá ser intimado de todos os atos do processo, pessoalmente, ou na pessoa de seu procurador, com a antecedência, pelo menos, de 24 (vinte e quatro) horas, sendo lhe permitido assistir as diligências e audiências, bem como formular perguntas e reperguntas às testemunhas e requerer o que for de interesse da defesa.

Concluída a instrução, será aberta vista do processo ao denunciado, para razões escritas, no prazo de cinco dias, e, após, a Comissão processante emitirá parecer final, pela procedência ou improcedência da acusação, e solicitará ao Presidente da Câmara a convocação de sessão para julgamento. Na sessão de julgamento, serão lidas as peças requeridas por qualquer dos Vereadores e pelos denunciados, e, a seguir, os que desejarem poderão manifestar-se verbalmente, pelo tempo máximo de 15 (quinze) minutos cada um, e, ao final, o denunciado, ou seu procurador, terá o prazo máximo de 2 (duas) horas para produzir sua defesa oral”

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