Caçapava registrou no primeiro bimestre de 2025 o menor número de mortes violentas dos últimos anos, segundo dados da Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo (SSP/SP). A queda nos índices de criminalidade em Caçapava é reflexo direto da atuação integrada entre Polícia Civil e Polícia Militar, conforme destacou o delegado titular do município, Hugo Pereira de Castro, em entrevista ao Vale 360 News. CLIQUE AQUI E ENTRE NO NOSSO CANAL DO WHATSAPP E RECEBA AS NOTÍCIAS EM PRIMEIRA MÃO
Apenas um homicídio registrado em dois meses
De acordo com os dados oficiais, houve apenas um homicídio em janeiro e nenhum caso em fevereiro, número que não era tão baixo desde 2019. “É um resultado expressivo e que mostra o quanto a presença policial tem feito diferença”, afirmou o delegado.
“Ano passado nós conseguimos esclarecer 92% dos homicídios ocorridos em Caçapava. Isso mostra que quem tenta cometer um crime grave na cidade hoje sabe que vai ser identificado e preso. Isso tem efeito preventivo direto.”
Programa 4.0 da Polícia Civil ajuda a liberar viaturas mais rapidamente
O delegado também destacou a importância do Programa 4.0, iniciativa da Polícia Civil do Estado de São Paulo que permite o atendimento de flagrantes por videoconferência, otimizando o tempo dos policiais militares nas ruas.
“Com o programa 4.0, o policial militar não precisa mais ficar 7 ou 8 horas esperando para registrar um flagrante. Hoje, esse tempo caiu para cerca de 2 horas. Isso significa que a viatura volta mais rápido para a rua, e isso, sem dúvida, ajuda a reduzir a criminalidade.”
Segundo ele, a tecnologia criada pelo Deinter-1 já está em funcionamento no Vale do Paraíba e será expandida para Sorocaba e outras regiões do estado.
“É um projeto muito bem estruturado, que teve aceitação do secretário de Segurança Pública e vai ser levado para todo o estado. Isso mostra que Caçapava está alinhada com o que há de mais moderno na polícia judiciária.”
Furtos de veículos também caíram
Além dos homicídios, os furtos de veículos apresentaram queda significativa. No primeiro bimestre deste ano, foram 17 registros (8 em janeiro e 9 em fevereiro), contra 26 no mesmo período de 2024.
“Nós batemos firme nesse tipo de crime, prendemos quadrilhas especializadas e aumentamos a investigação. Hoje, os criminosos pensam duas vezes antes de agir em Caçapava.”
Estelionatos e golpes lideram os registros na delegacia
Apesar da redução nos crimes violentos, a maior preocupação atual é com os golpes e estelionatos, que representam até 70% das ocorrências registradas na cidade.
“Temos uma média de 24 boletins de ocorrência por dia aqui. Cerca de 70% são estelionatos. E os tipos de golpes são variados: Pix, falsos mecânicos, clonagem de WhatsApp e até venda de panelas em casa com maquininha adulterada.”
O delegado alertou especialmente para o golpe do falso mecânico, que se repete em várias cidades da região e chegou a Caçapava recentemente.
“Eles abordam idosos e dizem que o carro tem problema. A pessoa para, eles simulam um conserto e cobram um valor simbólico. No pagamento, usam uma maquininha adulterada e passam R$ 3 mil no lugar de R$ 200. Tivemos pelo menos quatro casos desse tipo recentemente.”
Falta de câmeras atrai criminosos
Um ponto crítico apontado pelo delegado é a ausência de câmeras de monitoramento e a baixa estrutura da Guarda Civil Municipal, o que, segundo ele, dificulta a elucidação de crimes e atrai golpistas de outras cidades.
“É preciso investimento em tecnologia. Infelizmente, somos a única cidade do Vale do Paraíba sem câmeras de monitoramento ativas. Os criminosos sabem disso. Eles vêm para cá porque sabem que é mais difícil ser identificado.”
“A Guarda Civil também precisa ser fortalecida. Ela não é armada, não tem efetivo suficiente e isso nos prejudica. Nós torcemos para que a atual gestão municipal invista em segurança pública, com monitoramento, efetivo e armamento.”
Conflito entre gangues foi neutralizado
Nos últimos anos, Caçapava também registrou conflitos entre grupos criminosos, especialmente nos bairros Nova Caçapava, Caçapava Velha, Pinos do Iriguassu e Eldorado. O delegado afirma que a atuação policial conseguiu neutralizar esses confrontos.
“Tivemos uma guerra entre grupos locais ligados ao crime organizado. Pessoas morreram. Prendemos os principais envolvidos, e com isso, a violência cessou. Um dos líderes foi condenado a mais de 50 anos de prisão. Hoje não há mais registros de mortes relacionadas a essas disputas.”
Registro de boletim de ocorrência é fundamental
O delegado fez um apelo para que a população registre boletins de ocorrência sempre que for vítima de crime, pois os dados alimentam as estatísticas e direcionam o trabalho das polícias.
“A PM trabalha com mancha criminal. Se as pessoas não registram os crimes, não conseguimos mapear os pontos mais críticos da cidade. Sem boletim, não há investigação nem reforço no policiamento.”
“A gente brinca, mas é sério: não temos bola de cristal. Só conseguimos investigar e prender quem comete crimes se soubermos que o crime aconteceu. O boletim é essencial.”
Perguntas Frequentes
Quantos homicídios ocorreram no início de 2025?
Apenas um, registrado em janeiro. Nenhum homicídio foi computado em fevereiro.
Qual é o crime mais comum hoje em Caçapava?
Estelionato, especialmente golpes por Pix, WhatsApp e o falso mecânico.
O que é o Programa 4.0?
É um sistema da Polícia Civil que permite o registro de flagrantes por videoconferência, liberando viaturas mais rapidamente para o patrulhamento.
A cidade possui câmeras de segurança?
Não. O município ainda não conta com monitoramento por câmeras, o que dificulta investigações e atrai criminosos.
A Guarda Municipal é armada?
Não. O delegado defende que a Guarda seja armada, treinada e com efetivo ampliado para se tornar parceira efetiva no combate ao crime.
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Criador e proprietário do site vale360news.com.br, jornalista com especialização em Gestão da Comunicação de Mídias Digitais e com passagens pelas Rádios Globo e CBN, do Grupo Globo, em São Paulo, onde foi Chefe de Reportagem, apresentador, repórter e produtor. Jesse ainda coleciona passagens pelo Grupo Bandeirantes de Comunicação e outras emissoras de rádio e TV do Vale do Paraíba.
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