VALE 360 NEWS – NOTÍCIAS DO VALE DO PARAÍBA E LITORAL NORTE

As principais notícias do Vale do Paraíba e do Litoral Norte em destaque

Franz Castro Holzwarth dá mais um passo para ser beatificado. Ele trabalhou em SJC e morou e morreu em rebelião em Jacareí

Advertisement

Franz Castro Holzwarth dá mais um passo para ser beatificado. O advogado trabalhou em São José dos Campos e morou e morreu em rebelião em Jacareí, em 1981. Durante a audiência deste sábado (17/12) com o cardeal Marcello Semeraro, prefeito do Dicastério para as Causas dos Santos, o Papa Francisco autorizou a promulgação de decretos relativos a 10 novos Beatos e 14 novos Veneráveis. Entre os novos abençoados está o leigo brasileiro Francisco de Castro Holzwarth e ele pode ser beatificado por “oferecer sua vida” durante uma revolta carcerária.

Em 6 de março de 2009, foi iniciado o seu Processo de Canonização na Diocese de São José dos Campos. Os restos mortais do homem que é considerado mártir pela igreja católica se encontram desde o dia 17 de novembro de 2010 na igreja Matriz de São José, em São José dos Campos.

GRUPO DE NOTÍCIAS DE JACAREÍ. É GRÁTIS

Franz Castro Holzwarth nasceu em Barra do Piraí, no estado do Rio de Janeiro, em 1942, mas se mudou para Jacareí, onde morou na casa dos tios Quinzinho e Lygia. Ele ingressou no curso de direito da Universidade do Vale do Paraíba (UNIVAP) em 1963.

A história de Franz Castro Holzwarth com Cristo

Em 1965 Franz foi trabalhar como Assistente de Administração do Juízo de Direito de Jacareí. Em 1967, escreveu para um amigo sacerdote: “O que importa para mim na vida é Cristo, e levá-lo aos outros como sacerdote. Há, em mim, um desejo de doação total. Espero em Deus que se faça sua vontade. Estou disposto para o que Ele me chamar…”, disse na ocasião.

Franz começou a trabalhar como advogado em 14 de julho de 1968, quando pegou a carteira de OAB (Ordem dos Advogados do Brasil). Ele ainda fez parte de uma ordenação diaconal no Convento Sagrado Coração de Jesus, dos padres Dehonianos, em Taubaté. Em uma ocasião, ele sentiu um chamado palpitar no mais íntimo do peito e, provavelmente, como parte da missão recentemente assumida, e foi a um presídio para falar de Deus a 18 detentos, na verdade um amontoado de gente em condições precárias, muitos dos quais doentes e em fim de vida.

ENTRE NO GRUPO DE NOTÍCIAS DE SJC. É GRÁTIS!

Os presos estavam em preparação para a Crisma e, apesar da náusea e do tremer das pernas, decidiu que falaria àqueles homens na maneira mais simples possível, não existindo para ele a presença das grades, mas falaria de coração para coração. Procuraria tocar no fundo de cada um, com a presença de Cristo permeando aquele que seria o primeiro de tantos encontros. Ali ele encontrou sua verdadeira vocação: “trabalhar com os presos”.

Em 1973, ingressou na APAC (Associação de Proteção e Assistência aos Condenados) de São José dos Campos. Ali estreitou relação com amigo Mario Ottoboni, presidente e fundador da Associação. Nas visitas aos presídios, Holzwarth sempre tinha uma palavra, um conselho, estava sempre oração. Pela madrugada, acordava os detentos para mais um dia de jornada, com a Bíblia debaixo do braço.

O Servo de Deus, ainda como advogado, afirma o Juiz Silvio Marques Neto, então Juiz de Direito da Comarca de São José dos Campos, “era um profissional bem sucedido que, às vezes, andava de ônibus porque dera seus últimos trocados a um preso para ir de táxi fazer fisioterapia ou visitar um parente doente. Esse era o seu jeito de amar e viver entre seus irmãos, a quem há muito decidira dar a própria vida, talvez sem saber que isso custaria e furtaria sim, num futuro muito próximo a sua presença entre os seus”.

Em 14 de fevereiro de 1981, um sábado, Franz Castro e Ottoboni foram chamados para intermediar uma rebelião na cadeia de Jacareí. Os dois amigos tinham bom trânsito com os presos. Dois carros foram usados na intermediação. O primeiro com presos e Mario Ottoboni deixou o local e Ottoboni foi liberado um quilômetro depois. Outro veículo foi usado, mas não havia sido deixado em local combinado. Nesta intermediação estava Franz, Ottoboni e o juiz Orlando Pistorezzi e outros cinco presos. Franz havia sido trocado por um PM.

Quando Ottoboni e o PM deixaram o local, uma chuva de tiros atingiu o carro em que estava Franz e mais cinco presos. Holzwarth foi atingido por mais de 30 tiros.

*Com informações 

Ottoboni, M., Franz de Castro Holzwarth. Mártir da Pastoral Penitenciária, Paulinas, São Paulo 2010.
Ottoboni, M., O Mártir do Cárcere, Paulinas, São Paulo 1984.

*Não perca a oportunidade de ficar bem-informado (a). Ganhe tempo e receba no seu Whatsapp as principais notícias do Vale do Paraíba. É simples, aperte o botão abaixo e entre no nosso grupo. 

ENTRE NO GRUPO DE NOTÍCIAS GERAIS. É GRÁTIS!

Acesse e siga nosso Instagram

Leia mais