Motoristas e cobradores de 4 cidades do Vale do Paraíba, Jacareí, Caçapava, São José dos Campos e Taubaté, rejeitam proposta das empresas do transporte público e greve não está descartada. Presidente do Sindicato dos Condutores, Ronaldo Costa (Ripa), afirma que categoria reprovou “pauta da maldade” apresentada por empresários. A recusa da proposta das empresas aconteceu em assembleia realizada durante a terça-feira (13/05) na sede e subsedes do sindicato. CLIQUE AQUI E ENTRE NO NOSSO CANAL DO WHATSAPP E RECEBA AS NOTÍCIAS EM PRIMEIRA MÃO
De acordo com o presidente do sindicato, a proposta empresarial representa retrocessos em direitos conquistados. “Eles devolveram uma contra pauta jogando praticamente a nossa pauta no lixo”, afirmou.
“É a vez do trabalhador reivindicar”
Ronaldo explicou que a categoria elaborou uma pauta com foco em valorização salarial, manutenção dos direitos e conquistas sociais, mas a contraproposta patronal surpreendeu negativamente.
“A vez de reivindicar é da classe trabalhadora. E não é bem assim que funciona do lado de lá. Eles querem inverter a lógica, como se agora fosse a vez dos patrões fazerem reivindicações, como se os trabalhadores tivessem que aceitar tudo”, disse Ripa.
O sindicalista ressaltou que a assembleia, realizada em dois turnos, às 10h e às 15h30, rejeitou por unanimidade a contraproposta patronal. “Foi uma contra pauta da maldade. Eles querem mexer em cláusulas históricas da nossa convenção coletiva, alterar uma vírgula que muda o sentido inteiro. Não vamos aceitar isso”, afirmou.
Empresários insistem na mesma proposta
Após a assembleia, uma reunião foi realizada entre sindicato e representantes patronais. No entanto, segundo Ripa, não houve avanço.
“Eles mantiveram a contra pauta. Saíram da reunião sem abrir mão de nada. Nós deixamos claro: não vamos negociar com base na proposta deles. A prioridade é a pauta dos trabalhadores.”
Uma nova reunião está marcada para o dia 21 de maio, mas o sindicato já considera medidas mais drásticas caso não haja evolução nas tratativas.
Possibilidade de paralisação
O presidente do sindicato afirmou que a entidade segue com transparência e responsabilidade, tanto com os trabalhadores quanto com a população. “Se a negociação travar de vez, a gente vai comunicar por todos os meios possíveis que pode haver paralisação”, avisou.
“Se a empresa mantiver essa postura intransigente na próxima reunião, vamos para a porta de garagem e chamar os trabalhadores à responsabilidade. Pode haver atraso na saída dos ônibus nas quatro cidades.”
Empresas ignoram reajustes na tarifa e retomada da demanda
Ronaldo também criticou a postura das empresas em insistir em perdas antigas, principalmente as da pandemia, como argumento para não atender as reivindicações atuais.
“Eles vivem dizendo que ainda sofrem com prejuízos da pandemia. E os trabalhadores, que também perderam muito naquela época e continuam perdendo? A economia melhorou, a circulação de passageiros aumentou, os reajustes de tarifa aconteceram. Então não dá mais para aceitar esse discurso”, afirmou.
Reivindicação inclui 100% do INPC e 6% de aumento real
A proposta apresentada pelo sindicato inclui:
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Reposição integral da inflação (100% do INPC)
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6% de aumento real
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Manutenção integral da convenção coletiva
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Garantia da data-base e dos direitos até a renovação
Segundo Ripa, esse último ponto é vital. “Conseguimos garantir a data-base, e isso é fundamental. Porque se não garantir, a gente perde tudo que está na convenção até fechar a nova. E isso não pode acontecer.”
Sindicato reforça canal direto com a categoria
Ronaldo Costa encerrou reforçando que o sindicato está à disposição para dialogar com os trabalhadores e tirar dúvidas sobre a campanha salarial:
“A ação do sindicato sempre vai ser com transparência. A nossa luta é por quem move o transporte coletivo. E a gente vai continuar defendendo cada direito, cada cláusula, cada trabalhador.”
Perguntas frequentes
Quais cidades são representadas pelo Sindicato dos Condutores do Vale do Paraíba?
Jacareí, São José dos Campos, Caçapava e Taubaté.
Qual foi a proposta do sindicato?
100% do INPC + 6% de aumento real e manutenção dos direitos previstos na convenção coletiva.
O que a parte patronal propôs?
Uma contra pauta que reduz direitos históricos da categoria, segundo o sindicato.
Pode haver greve?
Sim. Caso a próxima reunião (21/05) não apresente avanços, o sindicato pode convocar paralisações.
A convenção coletiva anterior está em vigor?
Sim. O sindicato garantiu a validade da convenção até a renovação, mesmo após o fim da ultratividade.
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Criador e proprietário do site vale360news.com.br, jornalista com especialização em Gestão da Comunicação de Mídias Digitais e com passagens pelas Rádios Globo e CBN, do Grupo Globo, em São Paulo, onde foi Chefe de Reportagem, apresentador, repórter e produtor. Jesse ainda coleciona passagens pelo Grupo Bandeirantes de Comunicação e outras emissoras de rádio e TV do Vale do Paraíba.
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