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Sindicato dos Condutores preocupado com manutenção dos empregos na Transição do transporte coletivo em São José dos Campos

A transição do transporte coletivo em São José dos Campos, prevista para começar em setembro de 2025 com a chegada dos primeiros ônibus elétricos, está movimentando discussões entre o poder público e os trabalhadores do setor. A mudança no modelo de operação, considerada uma das mais significativas já planejadas para o transporte urbano da cidade, preocupa o Sindicato dos Condutores do Vale do Paraíba, principalmente quanto à garantia de empregos e à preservação de direitos trabalhistas. CLIQUE AQUI E ENTRE NO NOSSO CANAL DO WHATSAPP E RECEBA AS NOTÍCIAS EM PRIMEIRA MÃO

Mudança no sistema de transporte será profunda e começa pela eletrificação da frota

O novo sistema será marcado pela substituição gradual dos ônibus a diesel por modelos 100% elétricos, o que implicará uma série de alterações não apenas operacionais, mas também na estrutura de trabalho.

Segundo o presidente do sindicato, Ronaldo Costa Ripa, a categoria tem se organizado para garantir que nenhum trabalhador fique desamparado durante essa transição.

“A tecnologia está chegando, isso é inevitável. Mas não podemos permitir que ela passe por cima da categoria. Estamos atentos e vamos lutar para garantir todos os empregos e os direitos de quem hoje movimenta o transporte público da cidade”, afirmou Ripa.

Sindicato conseguiu abrir diálogo com o prefeito, mas cobra garantias formais

Na última semana, representantes do sindicato se reuniram com o prefeito Anderson Farias (PSD) e membros da equipe da Prefeitura de São José dos Campos. A conversa, segundo Ripa, foi aberta e positiva, mas sem definições concretas ou garantias no papel.

“O prefeito sinalizou que quer preservar os empregos, mas deixou claro que não pode colocar isso em documento por enquanto, pois o edital ainda está em fase de elaboração”, explicou.

O sindicato cobrou participação ativa desde a elaboração do edital, argumentando que participar apenas na fase de transição seria tarde demais.

Preocupações com a manutenção de ônibus elétricos e qualificação profissional

Um dos maiores desafios envolve a mão de obra da manutenção, hoje especializada em veículos a combustão. A transição para ônibus elétricos demandará profissionais com outras habilidades técnicas, o que, segundo Ripa, pode resultar em demissões caso não haja um plano de capacitação.

“Estamos discutindo com a prefeitura formas de garantir cursos para qualificar esses trabalhadores. Eles precisam ser reaproveitados. Não podemos aceitar que sejam descartados por falta de preparo técnico para operar a nova frota”, afirmou.

Segundo ele, a atual lógica indica que as empresas responsáveis pela locação dos ônibus também devem assumir a manutenção dos veículos elétricos, o que pode limitar ainda mais o espaço para os trabalhadores atuais.

Cobradores e administrativos também são foco das negociações

O sindicato também está atento à possível extinção da função de cobrador, uma tendência que pode ser acelerada com a adoção de sistemas mais automatizados nos ônibus elétricos.

“Queremos que esses trabalhadores sejam absorvidos em novos postos de trabalho, mas com o mesmo salário. Não pode haver redução de ganhos”, pontuou o presidente.

Além dos cobradores, outros setores como o administrativo e o apoio operacional também estão em análise.

Transporte coletivo emprega cerca de 2 mil pessoas em São José dos Campos

De acordo com o sindicato, o sistema de transporte coletivo da cidade emprega aproximadamente:

  • 2.000 trabalhadores no total

  • Incluindo motoristas, cobradores, mecânicos, eletricistas, administrativos e pessoal de apoio

A transição do transporte coletivo em São José dos Campos envolverá não apenas a operação das linhas, mas também a logística de abastecimento, criação de novas garagens e reestruturação das rotas — o que poderá criar novos empregos, mas também demandará requalificação dos atuais trabalhadores.

Sindicato entregará convenção coletiva a todas as empresas interessadas

Um ponto crítico destacado por Ripa é que nenhum edital obriga as empresas vencedoras a manterem a convenção coletiva atual. Para mitigar esse risco, o sindicato pretende entregar cópias da convenção a cada empresa que participar do processo licitatório.

“Vamos entregar quatro cópias da convenção no dia da abertura dos envelopes. Elas precisam saber desde o início quais são os direitos da categoria”, destacou.

Rescisão e verbas trabalhistas também estão no radar

Caso as empresas atuais deixem de operar na cidade, o sindicato exige que todas as verbas rescisórias sejam pagas corretamente. A nova empresa iniciaria as contratações a partir do zero, sem assumir encargos do passado.

“A empresa que sair tem que pagar a conta do tempo que ficou. E a nova empresa começa do zero, mas respeitando os direitos que forem acordados na convenção coletiva”, reforçou Ripa.

Expectativa é de nova reunião antes da publicação do edital

Antes da publicação oficial do edital de licitação, a Prefeitura prometeu realizar uma nova reunião com o sindicato, para apresentar o projeto em elaboração e colher sugestões da categoria.

“Nossa prioridade continuará sendo a manutenção dos empregos e de todas as cláusulas da convenção. Nada está garantido. Tudo vai depender do que vier no edital”, concluiu o presidente.

Perguntas Frequentes

Quando começa a transição do transporte coletivo em São José dos Campos?

Está prevista para setembro de 2025, com a chegada dos primeiros ônibus elétricos.

Os empregos atuais estão garantidos?

Ainda não. Segundo o sindicato, houve sinalização do prefeito, mas nenhuma garantia foi formalizada.

Quantos trabalhadores podem ser afetados?

Aproximadamente 2 mil profissionais entre motoristas, cobradores, manutenção e equipe administrativa.

O que vai mudar com a chegada dos ônibus elétricos?

Além da tecnologia dos veículos, haverá novas exigências técnicas, reestruturação de linhas, pontos de abastecimento elétrico, novas garagens e possível redução de funções tradicionais como a de cobrador.

Haverá qualificação profissional?

O sindicato está negociando cursos de capacitação junto à prefeitura para reaproveitamento da mão de obra atual.

O que acontece com os direitos trabalhistas?

As empresas que saírem devem pagar rescisão total aos trabalhadores. As novas empresas precisarão respeitar a convenção coletiva em vigor — ou nova, se for renegociada.

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