Cadeia de suprimentos na Índia pode colocar Embraer um passo à frente de Boeing e Airbus

Uma delegação de executivos da Embraer está encerrando uma visita estratégica à Índia, com o objetivo de avaliar a expansão da cadeia de suprimentos da companhia no país. A Embraer está em busca de potenciais fornecedores locais para seus segmentos de aviação comercial, executiva e de defesa, em áreas como aeroestruturas, usinagem, forja, fundição, compostos, cablagem e desenvolvimento de hardware e software. A visita marca o fortalecimento das relações industriais entre o Brasil e a Índia, em um momento em que a cadeia global de suprimentos se torna cada vez mais crucial para o setor de aviação. CLIQUE AQUI E ENTRE NO NOSSO CANAL DO WHATSAPP E RECEBA AS NOTÍCIAS EM PRIMEIRA MÃO

“A Índia tem uma indústria robusta de aviação e defesa e vemos grandes possibilidades para que os fabricantes e desenvolvedores de sistemas indianos se tornem fornecedores da Embraer,” declarou Roberto Chaves, Vice-Presidente Executivo de Compras e Suprimentos Globais da Embraer. “Compartilhamos uma visão comum de elevar as capacidades aeronáuticas do Brasil e da Índia a patamares mais altos e, assim, adicionar valor aos nossos clientes no mundo todo.”

A Índia já é considerada um mercado estratégico para a Embraer, com mais de 44 aeronaves operando no país, incluindo jatos para aviação comercial, executiva e de defesa. A Força Aérea Indiana e o governo indiano operam uma frota de cinco jatos VIP da Embraer, além de três aeronaves militares EMB 145 AEW “Netra”. A parceria entre Brasil e Índia também se estende ao Programa MTA (Medium Transport Aircraft) da Força Aérea Indiana, no qual a Embraer, em parceria com a Mahindra, está bem posicionada para oferecer o C-390 Millennium, uma das aeronaves de transporte mais avançadas da categoria.

Além de fortalecer sua presença na Índia, a Embraer avalia a possibilidade de implementar uma cadeia de suprimentos local mais extensa em parceria com a Mahindra, dependendo do resultado do Programa MTA. Caso o C-390 seja selecionado, os planos incluem a criação de uma linha de produção na Índia, alinhada à iniciativa “Make in India” do governo indiano, que visa fomentar a produção local.

Durante uma conferência de imprensa no início de agosto, Francisco Gomes Neto, presidente da Embraer, detalhou os esforços da companhia para enfrentar os desafios globais na cadeia de suprimentos, destacando as ações proativas para evitar os problemas enfrentados por concorrentes como a Airbus, que precisou reduzir a produção devido a dificuldades no abastecimento de materiais. “Esse ano, nós estamos reforçando a nossa equipe de Supply Chain. Estamos alocando mais profissionais para que estejam trabalhando mais de perto com os fornecedores mais críticos. Temos mais reuniões com a gestão Sênior junto com os nossos fornecedores, pelo menos os fornecedores críticos, para garantir que possamos acompanhar estas entregas para o ano todo,” afirmou Gomes Neto.

Ele também destacou o uso de novas tecnologias para aprimorar a gestão da cadeia de suprimentos. “Estamos implementando também ferramentas digitais e inteligência artificial para que nós possamos estar um passo à frente dos problemas. Nós temos sido muito proativos na interação com os nossos fornecedores e estamos trabalhando mais de perto com eles para que possamos ajudá-los sempre com uma abordagem positiva. Nós vemos, sim, que há desafios, no entanto, no momento atual temos confiança que conseguiremos entregar o nosso guidance para este ano,” concluiu o presidente da Embraer.

Com essas iniciativas, a Embraer busca se posicionar de forma competitiva no mercado global, garantindo a continuidade de sua produção e evitando interrupções, como as que impactaram a Boeing e a Airbus nos últimos meses. A expansão da cadeia de suprimentos na Índia pode representar um diferencial estratégico para a companhia, que continua a fortalecer sua atuação em mercados globais emergentes.

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