A primavera no Vale do Paraíba e Litoral Norte, que oficialmente começa no próximo domingo pela manhã (22/09), promete ser marcada por um período de transição entre o clima seco e o início da estação chuvosa, segundo Mariana Pallotti, meteorologista do Cemaden (Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais). Em entrevista realizada nesta sexta-feira (20/09), Mariana forneceu uma análise detalhada das condições climáticas esperadas para a região.CLIQUE AQUI E ENTRE NO NOSSO CANAL DO WHATSAPP E RECEBA AS NOTÍCIAS EM PRIMEIRA MÃO
Transição para o clima chuvoso
Mariana explicou que a primavera é tradicionalmente uma estação de transição. “A gente sai daquele clima mais seco, entrando no clima mais chuvoso, aguardando o início da estação chuvosa na nossa região”, afirmou. Segundo ela, o final de semana de transição entre as estações ainda terá uma probabilidade de chuva, embora baixa. “Já tivemos algum aporte de umidade com a última frente fria que passou, mas não é o suficiente para dizer que a estação chuvosa começou de fato”, destacou.
Ela ressalta que, até meados de outubro, a expectativa é que a nebulosidade e a umidade aumentem gradualmente, com pancadas de chuva no final da tarde. Contudo, o início da estação chuvosa está ligeiramente atrasado este ano. “Esperávamos um pouco mais de chuva em setembro, mas ainda há períodos intercalados de clima seco e temperaturas mais altas”, completou.
Queimadas e risco de incêndios
Outro ponto de preocupação levantado pela meteorologista é o aumento no risco de incêndios florestais, especialmente devido ao clima seco e à baixa umidade. “Com o tempo mais seco e temperaturas elevadas, o risco de incêndios aumenta naturalmente. Até o final de setembro, ainda teremos alguns dias com maior incidência de fumaça e risco de queimadas na nossa região”, alertou Mariana.
Ondas de calor
A primavera no Vale do Paraíba e no Litoral Norte também pode registrar ondas de calor, apesar da transição para o período chuvoso. “Uma das características da primavera é a possibilidade de temperaturas dispararem em períodos secos”, explicou. Mesmo após a chegada das chuvas, em outubro e novembro, ainda há chance de ocorrer ondas de calor, embora mais espaçadas e de curta duração.
No entanto, Mariana destacou que o fenômeno El Niño, que causou fortes ondas de calor no último inverno, não terá tanta influência este ano. “Estamos em uma neutralidade climática, caminhando para uma La Niña, que tende a trazer temperaturas mais amenas, apesar de a previsão ainda indicar que teremos temperaturas um pouco acima da média para a estação”, disse.
La Niña e os impactos climáticos
A meteorologista também falou sobre a possível influência do fenômeno La Niña, que está em transição e pode afetar o clima no final da primavera e início do verão. “Estamos saindo da neutralidade e entrando em uma La Niña fraca, que deve começar a influenciar o clima de maneira mais significativa no verão”, afirmou.
Esse fenômeno, caracterizado pelo resfriamento das águas do Pacífico, afeta diferentes regiões do Brasil de forma desigual. “No Sul, a La Niña tende a reduzir as chuvas, enquanto no Norte, a tendência é de mais precipitação. No Sudeste, onde estamos, os impactos são menos pronunciados, mas há uma tendência de mais chuva e temperaturas mais amenas”, explicou Mariana.
Expectativa de chuvas fortes e desastres naturais
Embora seja difícil prever com muita antecedência as chuvas intensas típicas do período chuvoso, Mariana alertou para a possibilidade de deslizamentos e inundações à medida que a estação chuvosa avança. “A partir de meados da primavera, entrando no verão, esperamos maior quantidade de chuvas de fim de tarde, que podem causar alagamentos e deslizamentos”, disse.
Ela também mencionou a possibilidade do fenômeno ZCAS (Zona de Convergência do Atlântico Sul), que pode trazer dias consecutivos de chuvas fortes. “Esse fenômeno costuma ser bastante estacionário, causando chuvas de quatro a cinco dias consecutivos, o que agrava o risco de desastres naturais”, alertou a meteorologista.
Expectativa para outras regiões do Brasil
Nas outras regiões do Brasil, como Amazônia e Centro-Oeste, onde as queimadas têm sido um grande problema, a previsão também é de atraso na chegada das chuvas. “Essas regiões, que precisam urgentemente de chuva, ainda terão de aguardar até outubro ou início de novembro para o começo da estação chuvosa”, concluiu Mariana.
Com a chegada da primavera, é importante estar atento às mudanças climáticas, especialmente em relação às temperaturas elevadas e ao risco de queimadas e incêndios, que podem se intensificar nos próximos dias, antes do início pleno da estação chuvosa.
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Criador e proprietário do site vale360news.com.br, jornalista com especialização em Gestão da Comunicação de Mídias Digitais e com passagens pelas Rádios Globo e CBN, do Grupo Globo, em São Paulo, onde foi Chefe de Reportagem, apresentador, repórter e produtor. Jesse ainda coleciona passagens pelo Grupo Bandeirantes de Comunicação e outras emissoras de rádio e TV do Vale do Paraíba.
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