Suspeito de agredir Miss Drag Queen em São José dos Campos é preso pela Polícia Civil, na manhã desta segunda-feira (24/04). A prisão aconteceu na Vila Guarany e foi efetuada pela DIG (Delegacia de Investigações Gerais) do Deic (Departamento Especializado de Investigações Criminais). O homem, de 38 anos, foi reconhecido por Wanderlan Lucas Barbarossa, de 31 anos. O indiciado teve a prisão temporária de cinco dias pedida pela polícia. O delegado do Deic, Renato Topan, disse à reportagem que vai pedir a prisão preventiva do suspeito.
A identificação dos agressores de Makra Beetch só foi possível graças às câmeras de segurança do CSI (Centro de Segurança e Inteligência) da Prefeitura. Na sexta-feira (14/04), ela foi brutalmente agredido na Rua Vilaça, região central da cidade. As imagens foram disponibilizadas imediatamente à Polícia,
Ainda na sexta (14), na delegacia o caso foi registrado apenas como roubo, mesmo a vítima tendo ficado com o rosto deformado. Nesta segunda-feira (17/04), acompanhado da advogada e Presidente da Comissão de Diversidade Sexual e Gêneros da OAB, São José dos Campos, Carla Silvério Barbosa, Wanderlan esteve na delegacia, onde o boletim de ocorrência foi alterado e o crime registrado foi o de homofobia, que se enquadra na lei de racismo.
“O caso do Lucas finalmente fez com que os crimes de homofobia fossem registrados corretamente pela polícia civil de São José dos Campos. É a primeira vez que uma pessoa LGBT aqui na cidade consegue registrar crime com fundamento na lei de racismo. Essa atrocidade é divisor de águas e isso nos consola. Daqui para frente sabemos que em São José, finalmente, a polícia civil entendeu que homofobia é crime”, ressaltou.
Na ultima segunda-feira (17), Makra Beetch passou por exames de corpo deleito e foi ouvida na delegacia. Ela vai passar por cirurgia, uma vez que teve o maxilar comprometido. Horas depois do ocorrido, Makra lamentou o ocorrido e ponderou que é preciso haver conscientização das pessoas em relação às questões sociais. “É muito triste ver isso acontecer, porque hoje foi comigo, mas amanhã pode ser com qualquer um. Por isso devemos conscientizar as pessoas sobre essas questões sociais, é importante que não ocorra mais isso com nossos cidadãos, sejam eles LGBT ou não”, finalizou.
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