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Falso Médico, que atendia na Via Dutra, teria mandado amputar perna de acidentado e é detido pela PRF

Falso Médico, que teria mandado amputar perna de acidentado, é flagrado no exercício ilegal da profissão na Via Dutra e detido pela PRF (Polícia Rodoviária Federal), pelo km 99, em Pindamonhangaba.

O inspetor da PRF, Eron Ribeiro, que participou da ocorrência, em entrevista à TV Band Vale, disse que os policiais que trabalhavam com o falsário nas ocorrências de acidentes notaram falta de coerência nos procedimentos e atendimentos feitos pelos investigados e que estes não eram compatíveis com quem trabalha na área médica.

 

A operação para desmascarar o falso médico

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Foto: PRF

O falso médico era contratado e prestava serviços para a CCR RioSP, na Via Dutra. Na manhã desta terça-feira (15/03), os policiais rodoviários federais fizeram uma operação na base da concessionária, pelo km 99, para averiguar a documentação do falso médico e descobriram que ele usava CRM (Conselho Regional de Medicina) de 1982, de um médico que já havia morrido.

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O homem ainda apresentou documentos do CREMESP (Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo) e os policiais entraram em contato com o órgão. O CREMESP disse que a documentação estava sendo analisada pela parte jurídica.

 

Na delegacia falso médico confessa que não era médico

 

O falso médico confessou na delegacia que não é médico e tem apenas curso de socorrista. O inspetor Eron explicou à Band Vale que o falsário já tinha registro de passagem pela polícia pelo mesmo crime e não está descartada a hipótese de que ele tenha agido em outros estados da mesma forma e com o outros documentos.

O investigado informou ainda que estava a serviço da CCR RioSP há quatro dias, mas já havia exercido a função em outros lugares.

Ele prestou depoimento e foi liberado após assinar um termo circunstanciado.

A ação do falso médico em um grave acidente

No domingo (13/03), ocorreu um grave acidente na Via Dutra, em Lavrinhas. No local, houve a colisão de três caminhões e o motorista de um deles ficou preso nas ferragens e teve parte da perna dilacerada. Neste momento, o falso médico, que estava no plantão, fez a amputação de parte da perna da vítima, o que chamou a atenção dos policiais, uma vez que este tipo de ação não é comum neste tipo de acidente.

 

Outros atendimentos feitos pelo falso médico

 

Os policiais rodoviários que trabalharam com o investigado em outras ocorrências ainda notaram a falta de prática nas condutas do homem. Dois outros fatos chamaram a atenção da PRF: Primeiro, o homem fez a aplicação de injeção em um ferido e descartou a seringa com a agulha no gramado da rodovia, o que vai contra as normas de segurança médica. Segundo, o falso médico atendeu um pequeno corte no pé de uma das vítimas e fez os pontos sem luva de proteção.

 

Primeira Manifestação da CCR RioSP

 

Por meio de nota, “a concessionária informa que foi surpreendida com a notícia de exercício ilegal da profissão desempenhado por suposto médico e está prestando todas as informações às autoridades competentes”.

 

Segunda Manifestação da CCR RioSP

 

“A CCR RioSP fez uma segunda manifestação em relação aos fatos nesta quinta-feira (17/03), no qual procura esclarecer fatos relevantes divulgados pela mídia em geral. Veja a íntegra do comunicado abaixo. 

Em relação ao acidente ocorrido no último dia 13/03, na Via Dutra, a Concessionária RioSP esclarece que a notícia a respeito da atuação do falso médico no procedimento de amputação de membro de vítima acidentada, durante o atendimento na via foi veiculada sem a devida checagem das informações e veracidade dos fatos, baseando-se apenas em termo de depoimento. Por esse motivo, seguem alguns esclarecimentos:

 a vítima recebeu os primeiros atendimentos emergenciais por equipes do Corpo de Bombeiros e de socorristas da Enseg, empresa contratada pela concessionária;

após o início do atendimento para desencarceramento, uma segunda equipe de resgate passou a coordenar os procedimentos;

imediatamente após o início do socorro, foram adotados todos os protocolos de atendimento pré-hospitalar, que permitiram a estabilização da vítima para posterior transferência ao hospital de referência;

em razão do ferimento do membro inferior esquerdo, com laceração e esmagamento, conforme constou do Boletim de Ocorrência do Corpo de Bombeiros, houve administração de oxigênio em alta concentração, torniquete na perna lesionada e monitoramento dos sinais vitais, até o desencarceramento; 

nenhum procedimento de amputação ocorreu durante o desencarceramento e o atendimento prestado pelo Corpo de Bombeiros e equipe da Enseg, empresa contratada pela concessionária, ou mesmo durante a transferência da vítima ao Pronto Socorro de Lorena;

a informação de que houve procedimento de amputação no local do acidente está equivocada;

em relação ao falso médico, ele foi desligado imediatamente e não presta mais serviços à terceirizada Enseg, tampouco para a concessionária;

a concessionária RioSP lamenta muito o ocorrido e se solidariza com a vítima e seus familiares;

foram realizadas diversas apurações técnicas e a concessionária está prestando apoio às autoridades competentes na apuração dos fatos;

a concessionária mantém equipes em contato com o hospital e está à disposição dos familiares para prestar toda a assistência necessária para minimizar os danos causados pelo acidente;

além de solicitar o desligamento imediato do falso profissional, já revisamos e aprimoramos os procedimentos adotados pelo fornecedor terceirizado”.

 

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