Carregamento de ônibus elétricos podem deixar bairros inteiros de São José dos Campos sem energia. A realidade foi apontada durante o Eletric Day, evento na Fábrica da Mercedez-Benz, em São Bernardo do Campo, nesta segunda-feira (13/11). Precisamente, o exemplo citado pelos executivos da fabricante alemã foi a cidade de São Paulo, cuja infraestrutura energética não comporta o carregamento de 50 veículos do tipo padron ou articulados de forma simultânea em uma mesma garagem. CLIQUE AQUI E ENTRE NO NOSSO CANAL DO WHATSAPP
Wlater Barbosa, diretor de vendas e marketing da Mercedez-Benz foi entrevistado pelo portal Diário do Transporte e fez observações pertinentes e que se encaixam no modelo de mobilidade urbana que São José dos Campos pretende se inserir a partir do fim de 2024. Barbosa disse ao portal que estudos feitos para a realidade de São Paulo mostram que com a atual rede de baixa e média tensão, que é a maioria na capital paulista, bairros com garagens com 50 ônibus do tipo padron ou 30 articulados, podem ficar sem energia caso estes veículos sejam carregados ao mesmo tempo.
Atualmente, São José dos Campos tem três garagens com mais veículos do que o número citado por Barbosa. Na futura frota e de acordo com a licitação da Prefeitura são 400 ônibus elétricos. “Tem de se preocupar e muito com essa questão. Para que se tenha mais de 50 ônibus elétricos, seja padron ou básico, ou de 25 a 30 ônibus articulados, precisa de uma infraestrutura que contemple uma rede de alta tensão, ou seja, capacidade de fornecimento de até 200 mil volts. Precisa também de uma subestação. Isso significa que em alguns casos, terão de ser gerados investimentos entre R$ 45 milhões e R$ 50 milhões [por localização das garagens].” – disse o executivo.
Ele ainda afirmou que esta questão da rede de distribuição precisa ter avanços para que a para que a cidade (no caso São Paulo) comporte a meta de ônibus elétricos, caso contrário, pode nem ter transporte e nem ter luz para as pessoas.
“Essa é uma preocupação que o município de São Paulo precisa ter, levar em consideração para poder implementar os 2,6 mil ônibus elétricos. Pode haver uma queda de tensão na região e não será possível nem operar os ônibus e impactar o fornecimento nas regiões ao lado da garagem. Sistema de baixa tensão
e de média tensão, que são a maior parte em nosso município, esses contemplam até 50 carros [ônibus] básico ou padrão, ou aproximadamente entre 20 e 30 articulados. Mais do que isso, precisa se preocupar seriamente com a infraestrutura” – completou.
Resta saber se na realidade operacional de São José dos Campos será possível e viável escalonar ônibus para carregar, uma vez que a carga completa de um veículos como esse dura entre três e quatro horas.
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Outro lado
O portal Diário do Transporte diz que o dado trazido por quem vende estes ônibus é um fato em si preocupante, uma vez que seria mais cômodo pintar um quadro de mil maravilhas e comercializar logo os veículos.
A reportagem entrou em contato com a EDP, que é a empresa de energia elétrica que atende São José dos Campos e fez os questionamentos a respeito do tema suscitado pela entrevista com Walter Barbosa e a empresa emitiu a seguinte nota: “A EDP informa que que acompanha o caso e se colocou à disposição da Prefeitura Municipal de São José dos Campos para orientação e tratativas”.
A Prefeitura de São José dos Campos também foi procurada para comentar se a cidade tem infraestrutura para fazer o carregamento simultâneo dos ônibus elétricos sem causar apagão, mas ainda não se manifestou.
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Criador e proprietário do site vale360news.com.br, jornalista com especialização em Gestão da Comunicação de Mídias Digitais e com passagens pelas Rádios Globo e CBN, do Grupo Globo, em São Paulo, onde foi Chefe de Reportagem, apresentador, repórter e produtor. Jesse ainda coleciona passagens pelo Grupo Bandeirantes de Comunicação e outras emissoras de rádio e TV do Vale do Paraíba.
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