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Sindicato dos Condutores do Vale do Paraíba denuncia irregularidades no transporte de fretamento da Revap

O presidente do Sindicato dos Condutores do Vale do Paraíba, Ronaldo Costa, conhecido como Ripa, denunciou o descumprimento da convenção coletiva por parte das empresas que prestam serviço de transporte de fretamento para a Refinaria Henrique Lage (Revap), em São José dos Campos. Segundo ele, motoristas estariam recebendo salários rebaixados e trabalhando em condições irregulares. A declaração foi dada em entrevista ao Vale 360 News. CLIQUE AQUI E ENTRE NO NOSSO CANAL DO WHATSAPP E RECEBA AS NOTÍCIAS EM PRIMEIRA MÃO

“Hoje, o fretamento no Vale do Paraíba está de um jeito que, se a gente não tomar cuidado, a picaretagem vai tomar conta. Empresas chegam na nossa região e não cumprem a convenção coletiva assinada pela categoria e pelo sindicato”, afirmou Ronaldo. “Cada empresa que estiver aqui operando de maneira irregular será cobrada, porque isso retira direitos dos trabalhadores.”

Empresas terceirizadas e irregularidades na Revap

De acordo com o sindicato, as empresas terceirizadas contratadas pela Revap estariam alugando ônibus e contratando motoristas com salários abaixo do piso da categoria. “A própria Revap abre uma brecha para que as terceirizadas tenham seus próprios motoristas, que trabalham com remuneração reduzida. Isso não pode acontecer, porque quem presta serviço dentro da refinaria precisa ter os direitos garantidos”, ressaltou o presidente do sindicato.

O sindicato apontou que duas empresas já se comprometeram a regularizar a situação, mas ainda não apresentaram nenhuma documentação. “Elas assumiram o compromisso com o sindicato, mas até o momento não apresentaram nada. Para nós, ainda está irregular”, disse Ronaldo.

Além disso, há denúncias de que as empresas não pagam os adicionais previstos na convenção coletiva. “Os 30% de quem entra na Revap, por exemplo, muitas empresas dizem que a refinaria não paga. Queremos saber da própria Revap se isso realmente procede, porque estamos cobrando que esse valor seja pago integralmente aos trabalhadores”, afirmou.

Tentativa de diálogo antes de uma possível paralisação

O sindicato busca uma negociação com as empresas e a direção da refinaria para resolver as irregularidades. “Nosso primeiro passo sempre é o diálogo. Já tivemos contato com o presidente do Sindicato da Construção Civil, Marcelo Costa, que se dispôs a nos ajudar a intermediar essa conversa”, explicou Ronaldo.

No entanto, caso não haja avanços, medidas mais drásticas poderão ser adotadas. “Se não resolver através da negociação, com certeza vamos agir. Não podemos permitir que o setor de fretamento da nossa região seja precarizado”, destacou.

Monitoramento de empresas da região

Além das terceirizadas da Revap, o sindicato está monitorando outras empresas do Vale do Paraíba que não cumprem integralmente a convenção coletiva. “Estamos mapeando essas empresas e vamos cobrar. Daqui a pouco, vamos divulgar outro vídeo apontando quais empresas também não estão cumprindo as regras”, afirmou Ronaldo.

Ele reforçou que todas as empresas que operam na região devem respeitar a convenção coletiva e pagar corretamente os trabalhadores. “Se quiserem trabalhar aqui, devem cumprir as regras e garantir os direitos da categoria. Isso é o mínimo que exigimos”, concluiu.

O sindicato continuará acompanhando a situação e cobrando providências tanto das empresas quanto da Revap. “Se não houver uma solução por meio do diálogo, a paralisação pode ser o último recurso para garantir os direitos dos trabalhadores”, finalizou Ronaldo.

Outro Lado

A reportagem fez o contato com a Petrobras para saber a posição da empresa em relação ao tema e recebeu a informação de que a empresa “a contratação de empresas prestadoras de serviços e que não interfere nas relações entre as empresas e as contratadas”. Leia a nota abaixo.

“A Petrobras esclarece que, no desenvolvimento de suas atividades, realiza a contratação de empresas prestadoras de serviços e que não interfere nas relações entre as empresas contratadas, seus trabalhadores e sindicatos. A companhia reforça que todos os contratos de serviço da Refinaria Henrique Lage (Revap) estão em conformidade com a legislação vigente”.