A vereadora de Caçapava pelo PSB, Dandara Gissoni, foi exonerada do cargo de Assistente Social na Prefeitura, em um movimento que ela descreve como “perseguição política”. A publicação da sua exoneração ocorreu nesta quarta-feira (29/05) e, segundo Dandara, já era esperada. Além de vereadora, ela exercia a função de Assistente Social na Prefeitura. CLIQUE AQUI E ENTRE NO NOSSO CANAL DO WHATSAPP
Dandara, que está na oposição ao governo municipal desde que assumiu o mandato em 2021, listou pelo menos 12 motivos que, segundo ela, justificam sua demissão do serviço público após 11 anos de trabalho. Entre os motivos apontados estão “perseguição política”, denúncias sobre “negociatas de cargos na procuradoria geral do município”, “massacre contra os servidores públicos” e sua recusa em “ir para a base do partido da prefeita”. Além disso, Dandara afirma que exerce o “papel de fiscalizadora, mostrando para o povo de Caçapava o que essa prefeita (Pétala Lacerda) apronta”.
O motivo oficial da exoneração, conforme informado por ela, foi o fato de não “ter dado tchau” e ter deixado o serviço mais cedo por dois dias. O processo disciplinar também mencionaria sua participação em um Congresso em João Pessoa, para o qual foi nomeada pela Câmara. Dandara alega que abriu um processo junto à Prefeitura e recebeu autorização para viajar, o mesmo ocorrendo com sua participação na Conferência do Clima.
A ex-servidora também afirmou à reportagem que a Prefeitura alegou a impossibilidade de acumular cargos. Ela rebateu. A Constituição Federal, artigo 38, inciso III, diz: “investido no mandato de Vereador, havendo compatibilidade de horários, perceberá as vantagens de seu cargo, emprego ou função, sem prejuízo da remuneração do cargo eletivo, e, não havendo compatibilidade, será aplicada a norma do inciso anterior”.
Sobre o processo administrativo, Dandara destacou: “Cercearam a minha audiência. No dia da audiência, meu advogado de Recife havia pedido para mudar a data, o que ele tem direito, e eles negaram o pedido. Eu estava com atestado de suspeita de Covid no dia e eles negaram. Não pode, a gente tem o direito de mudar e, mesmo assim, eles julgaram o negócio sem audiência. Eu tinha provas, servidores que iriam depor a meu favor”, frisou Dandara.
Dandara x secretários
Além da Prefeita, ao menos três secretários foram citados pela servidora exonerada do serviço público de Caçapava nesta quarta-feira. São eles, Anderson Raniere, Secretário de Desenvolvimento Social, Élcio Vieira Júnior, Procurador do Município, e Sérgio Matos, Secretário de Governo e Relações Institucionais.
Dandara disse que tudo faz parte de um jogo político. “Fui demitida do meu serviço num processo administrativo forjado, persecutório, mentiroso e político que partiu da prefeita pétala, do secretário Anderson Ranieri, do procurador-geral, Élcio Vieira, do secretário de governo, Sérgio Matos, aquele do fetiche, aquele, o qual eu gravei e denunciei me oferecendo ofertas fáceis, advindas da administração pública”, finalizou.
Outro lado
A Prefeitura de Caçapava foi procurada ainda nesta quarta-feira e questionada a respeito se houve falta do processo legal e da ampla defesa e contraditório, porém até o momento não respondeu.
A Prefeita Pétala Lacerda também foi procurada e disse que gravaria um vídeo a respeito do caso, mas até a publicação desta reportagem não havia enviado o mesmo. O conteúdo será publicado tão logo seja remetido ao portal.
O secretário Anderson Ranieri se manifestou e disse o seguinte: “A acusação parte por palavras da nobre. O PA (Processo Administrativo) da mesma foi feito por comissão disciplinar e não por secretario. Nem um momento houve perseguição. Veja nas redes sociais de quem vem o desrespeito”.
O secretário Sérgio Matos foi igualmente procurado e ainda não se manifestou.
A reportagem não conseguiu contato com o Procurador Élcio Vieira, porém o espaço no portal está aberto, bem como o mesmo espaço dado à ex-funcionária da Prefeitura.
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