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Prefeito de São José dos Campos contesta estudo de especialistas e garante que cidade não terá apagão por causa de carregamento de ônibus elétrico

Prefeito de São José dos Campos contesta estudo de especialistas e garante que cidade não terá apagão por causa de carregamento de ônibus elétrico. Anderson Farias (PSD) respondeu a uma pergunta de um seguidor na “Live” desta quinta-feira (16/11) a respeito do tema e disse que a cidade está preparada para a eletrificação da frota de ônibus. CLIQUE AQUI E ENTRE NO NOSSO CANAL DO WHATSAPP

Ele aproveitou para criticar às publicações do Vale 360 News, que se baseiam em estudo de professores da Fundação Getúlio Vargas, a mesma que fez estudo profundo do transporte coletivo em São José dos Campos, e da Escola Politécnica da USP e Unicamp. Além disso, Farias contradiz a própria EDP, que em nota disse estar à disposição da Prefeitura para orientações e tratativas a respeito da eletrificação da frota.

O Prefeito de São José dos Campos disse que já fala com a concessionária de energia a respeito do tema, porém não cita nenhum dado técnico a respeito de estudos para carregamento elétrico da frota na cidade. Ele simplesmente compara o acionamento de chuveiros pela população com o carregamento dos coletivos.

A resposta do gestor joseense é uma grande mistura de frases desconexas, como pode ser observado no vídeo abaixo. A reportagem também se coloca à disposição de Farias para debater o estudo dos especialistas a respeito da eletrificação da frota e os custos do sistema.

O que diz o estudo

Estudo da ANTP (Agência Nacional de Transportes Públicos), de outubro de 2023, aponta para a necessidade de adequações das redes de distribuição de energia elétrica nos bairros para que não falte luz na casa das pessoas que moram perto das garagens. As repercussões a respeito da eletrificação do transporte são amplamente discutidas no site especializado Portal Diário do Transporte.

Intitulado “Custos dos Serviços de Transporte Público por Ônibus Elétrico – Metodologia de Cálculo e Parâmetros”, o trabalho foi conduzido pelo professor da FGV (Fundação Getúlio Vargas), Fernando Fleury Filho, e pelo Engenheiro Civil/Escola Politécnica/USP, Mestre em Transportes/UNICAMP e Consultor de Transporte, Rodrigo Eduardo Dias Verroni.

“Enquanto para o ônibus a diesel o abastecimento é de tecnologia bem definida e largamente experimentada (bomba de combustível), cujo carregamento é muito rápido, os equipamentos de carregamento de veículos elétricos ainda estão em fase de amadurecimento tecnológico. A infraestrutura elétrica necessária para suportar o carregamento de baterias constitui um item de grande importância e difícil padronização. A depender da capacidade dos carregadores instalados e do número de veículos que estarão em processo de recarga de forma simultânea, a reforma dos sistemas elétricos poderão implicar a implantação de subestações de média capacidade que demandarão autorizações específicas, projetos particularizados, análise da rede de transmissão,
além dos custos dos equipamentos em si”, diz o documento.

Ao Podcast do Transporte, Fleury Filho disse que a transição deve ser feita “de forma gradual e entendendo os próprios limites sobre a eletrificação da frota. Limites que por um lado vem exatamente da criação de uma margem de segurança para que os serviços possam ser sempre prestados com a qualidade necessária. Limites estabelecidos sobre a própria capacidade de geração e distribuição de energia, para que a gente evite riscos de desabastecimento pela forte demanda que uma eletrificação representaria para toda a capacidade de produzir e distribuir energia. Essa foi, infelizmente, uma aprendizagem na prática sobre uma das vertentes, mas que de certa forma alerta para o todo. A gente tem que planejar com muita cautela essa transição”, disse Fleury.

Segundo o especialista, a preocupação não pode ser confundida com ser contra ônibus elétricos, mas é acima de tudo preparar as cidades para que uma boa solução ambiental (mesmo não sendo a única), que é a eletrificação da frota do transporte coletivo, não seja prejudicada porque questões básicas não foram resolvidas.

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