Felício Ramuth vê movimento grevista crescer e se socorre da Justiça para impedir Greve de Quinta-feira (10/03). A prefeitura de São José dos Campos deu de ombros para o pleito do Sindicato dos Servidores, que pede o reajuste de salários e a reposição pelo gatilho salarial.
Após 12 dias da comunicação da greve de quinta, aos 45 minutos do segundo tempo, quando viu que o movimento pipocava em diversos grupos de mensagens organizados pela categoria e que adesão seria a maior já vista em governos do PSDB e do PSD, a prefeitura acionou o poder judiciário para barrar o direito constitucional à greve.
Em nenhum momento, a prefeitura fez um aceno aos servidores no sentido de estabelecer diálogo a respeito do disparo do “gatilho”. O assunto é tratado na Justiça, uma vez que os funcionários públicos querem a reposição das perdas dos últimos anos, que chega a quase 20%.
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A greve da proporção que se observa pelo movimento de servidores, na reta final de mandato (Felício Ramuth vai ser candidato ao Governo de São Paulo e precisa renunciar até 02 de abril), seria um marco negativo na administração do prefeito.
A prefeitura de São José dos Campos, no fim de semana, foi cobrada pelo Vale 360 News para comentar a grande adesão dos servidores à greve de quinta. Em uma nota lacônica se limitou a responder em cinco palavras que não comentaria o assunto.
Decisão da Justiça sobre a greve de quinta
Com base nas alegações da ação proposta pela prefeitura, o desembargador do Tribunal de Justiça de São Paulo, Guilherme Strenger, proibiu o direito à greve sob a alegação de que a paralisação dos trabalhadores traria enorme prejuízo à população.
“DEFIRO o pedido liminar para determinar que a integralidade dos servidores públicos municipais da cidade de São José dos Campos permaneça em atividade, sob pena de multa diária de R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais), no caso de descumprimento”, ressalta em um dos trechos da decisão.
O desembargador ainda disse que a greve de quinta se “afigura como abusiva” e argumenta que “a paralisação dos serviços públicos do aludido Município poderá causar dano irreparável ou de difícil reparação aos cidadãos, especialmente quando sequer consta dos autos, como já ressaltado, o nível de adesão e quais categorias profissionais participarão do movimento paredista”.
O que diz o sindicato dos servidores sobre a greve de quinta?
O Sindicato dos servidores disse que a prefeitura age de maneira a intimidar os trabalhadores e que o departamento jurídico da associação vai tomar as medidas cabíveis. A diretora do sindicato, Jéssica Marques, vê a movimentação da prefeitura como “arapuca” preparada pela gestão Felício Ramuth.
“Trata-se mais uma vez de uma tentativa de intimidação da nossa luta, da nossa mobilização. Nessa última semana, a paralisação cresceu muito. Vários grupos foram criados muitos servidores foram voluntários nas panfletagens e, por isso, por saber que nós vamos parar, que a nossa luta é justa, que a nossa paralisação é legal o prefeito e o Anderson Farias estão querendo armar mais essa arapuca para cima de nós e nós não vamos aceitar”.
“Então, a posição do sindicato é muito nítida. Vamos para cima com a nossa paralisação com as manifestações no Paço às sete e na Câmara Municipal às 16h, não vamos dar um passo atrás da nossa mobilização da nossa paralisação em defesas em defesa dos nossos direitos. Juntos somos mais fortes. Essa resposta que a gente tem que dar para a prefeitura que prefere nos atacar nos intimidar ao invés de dialogar com a nossa categoria com o sindicato e ao invés de garantir o gatilho que é lei e uma aposentadoria digna”, disse a sindicalista.
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